segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A Revolução Constitucionalista de 1932


 A oposição paulista
Ao confiar o governo dos estados a tenentes, ligados a sua confiança, Vargas desagradou grupos oligárquicos que também o ajudaram a chegar ao poder. Um desses grupos, o Partido Democrático de São Paulo, liderado principalmente por empresários e fazendeiros, tinha apoiado a Revolução de 1930 esperando receber em troca a chefia do governo paulista.
 
Frente Única Paulista (FUP)
Mas como Vargas entregou o governo de São Paulo a um militar, o Partido Democrático (PD) o abandonou e uniu-se aos cafeicultores do Partido Republicano Paulista, que tinham sido derrotados pela Revolução de 1930 e desejavam, agora, voltar ao poder.
Da união entre o partido Democrático e o Partido Republicano Paulista nasceu a Frente Única Paulista (FUP). Essa frente era liderada por industriais, comerciantes e grandes cafeicultores; enfim, pela elite paulista que, esquecendo das divergências, uniu-se em defesa de seus interesses. 
 
No documento de sua fundação, a Frente Única Paulista exigia:
•                     Autonomia para São Paulo
•                     Uma nova constituição
•                     Nomeação de um interventor civil e paulista para chefiar o governo estadual. 

Pressionado procurou contentar os paulistas
            Pressionado, Vargas procurou contentar os paulistas indicando Pedro de Toledo, civil e paulista, para o governo de São Paulo. Marcou também eleições para uma Assembleia Constituinte
            Apesar das medidas tomadas por Vargas os conflitos continuavam a ocorrendo entre a Frente Única Paulista e os membros do governo Vargas.
            Em São Paulo, os comícios, as manifestações de rua e a propaganda contra o governo reuniam a cada dia um número maior de pessoas.

MMDC (Martins Miragaia, Draúsio e Camargo)
            Numa dessas manifestações de rua, quatro estudantes (Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo) foram mortos a tiros enquanto atacavam a redação de um jornal que apoiava o governo de Vargas. A morte dos estudantes exaltou ainda mais os ânimos paulistas.  Com as letras iniciais formou-se a sigla MMDC, que se tornou o símbolo do movimento de oposição e constitucionalista. 

Explode a revolução (revolta)
            No dia 09 de julho de 1932, explodiu a revolução Constitucionalista: São Paulo reuniu armas e 30 mil homens para lutar contra o governo federal. Seus principais líderes foram: o general Isidoro Dias Lopes e o civil Pedro de Toledo
            As tropas paulistas, formadas por soldados da polícia do estado, recebiam a colaboração de muitas indústrias de São Paulo, que ajudavam na fabricação de material de guerras como: granadas, máscaras contra gases, lança-chamas, capacetes.  

São Paulo ficou isolado
            Esperando receber apoio de outros estados, fato que não aconteceu, São Paulo ficou isolado do resto do país. Mato Grosso foi o único estado acompanhar os paulistas. As demais oligarquias não aderiram à Revolução Constitucionalista
            A guerra arrastou-se por quase três meses, provocando a morte de milhares de pessoas. Em outubro, cercados pelas tropas federais, os paulistas foram obrigados a se render. 

Perderam mas ganharam
            Embora derrotados militarmente, os paulistas se consideraram vitoriosos em termos políticos pois, terminada a revolta, Getúlio Vargas garantiu a realização de eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que ficaria encarregada de elaborar a nova constituição.